Ao contrário da outra,
que passa de saia curta, justa, apertada
a vincar-lhe as formas sadias, bem feitas,
de pernas roliças e bem torneadas,
blusa cor de rosa, das rosas já desabrochadas,
mas rosada e bela,
e não amarela ou encarnada,
ela passa vistosa, cheia de graça, sempre bem penteada.
Passa ondulando, meneando o corpo,
de salto bem alto e riso marcado.
E sempre airosa, feliz, orgulhosa, com ar importante
caminha em frente e nem olha para o lado,
enquanto a outra jaz inanimada.
A outra coitada, infeliz pela vida partiu já há muito.
Doente, cansada, já morta por dentro
ultimamente sempre amedrontada,
partiu sem força, com sede de vida
mas sem dizer nada.
Não escolheu a saia,
nem a cor da blusa, não escolheu nada.
Não teve tempo nem de viver mais tempo,
e depois que importa,
e depois que importa,
se a saia justa, colada, apertada,
que ousara outrora, há muito lhe caía mal.
Preferiu partir e deixá-la arrumada.
Jaz inerte, moribunda.
Agora já não é mais gente,
agora não é mais nada!
Nem saia, nem blusa, nem cor, dela não resta nada além de um frio intenso,
e as rosas pálidas, sedosas, brilhantes de orvalho
que leva com ela, em vez da saia justa e da blusa cintada.
Fotos do Google
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