quinta-feira, 26 de julho de 2012

Amores Perdidos




Tanto tempo partilhado, tanta cor,

tanto brilho nos sorrisos,


tanto tempo de mãos dadas,


unidas partilhando caminhadas.


Mas só isso é muito pouco,


foi sempre muito pouco,


tão pouco,


que agora que penso


me parece nada.




Se debaixo de mim brotam desejos ardentes,


ensejes de viver paixões e outros amores mais fortes,


mais quentes e celestiais


porquê esconder-me nesta capa que me abafa,


me sufoca, me mata aos poucos


me obriga a fechar os olhos,


a negar a vida, a dizer sempre não,


a viver triste, azeda e descontente?


Quero este, aquele outro,


em qualquer momento, a qualquer hora,


quero todos que me amam, nada mais,


quero sentir paixão e amor ardentes


por ti, por aquele ali ou por aquele outro além, tanto me faz,


mas quero sentir a vida pulsar dentro de mim,


arrancar este vazio que me inunda brandamente,


me destrói e não dá paz.


Sim, não quero mais viver a solidão.


Não sei o que é o amor, penso que não,


e muito menos sei o que é paixão,


mas sinto que preciso viver esses prazeres,


essas sensações de bem querer e querer bem


ser amada, amada, eternamente amada e amar alguém.


Sair do mundo, fugir da vida, sorrir,


ser feliz


e não ter medo de nada.





Estou tão parada, amarelecida pelo tempo,


Sem firmeza, engelhada, encurvada pela espera,


pelo desalento tão cansada


que já esqueci tudo,


perdi todas as vontades


e não quero mais nada.


Se hoje é Verão isso que importa?


Acordei de manhã cedo e tudo estava negro e baço.


Eu tinha frio e desalento e medo, medo, muito medo.



Para mim há muito que se foi a Primavera.


Agora espero que este Verão gélido passe e


que o Inverno doce me acolhe em seu regaço.






Fotos do Google



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