Tu chegavas primeiro, sempre a correr
Sempre mais cedo, o vencedor
Com receio de te perderes,
devoravas o tempo e tudo era teu, só teu
devoravas o tempo e tudo era teu, só teu
Nunca era o meu tempo, ou se o foi
Foi por pouco tempo, raras vezes
Não sei se era do tempo, se de mim
Mas eu esperava-te cada dia repleta de esperança
Naquele tempo nosso, tu corrias veloz
E eu ficava-me por ali, algures,
mais só que tudo,
de lágrimas para dentro
mais só que tudo,
de lágrimas para dentro
Atenta à próxima vez, mas triste,
pois não sabia quando
pois não sabia quando
Estávamos juntos unidos, mas desencontrados
E era sempre tarde.
Mas fui esperando. Tinha esperança
Tantas vezes te vi chegar suado, cansado,
muito mais cedo, e desconsolada ficava
muito mais cedo, e desconsolada ficava
Mas porque correr assim, se o tempo tinha tempo e eu estava longe
Perdida, louca para te encontrar
Tinha esperança no tempo
Um dia esperava chegar cedo
Contigo, os dois unidos, juntos num só enlevo
Contigo, os dois unidos, juntos num só enlevo
Mas foi em vão.
Hoje que o tempo passou já não corremos
Nem tu nem eu, apenas estamos e somos
O tempo, ainda tão cedo, tudo levou
Levou o tarde e o cedo, o correr a esperança de te ter
De te encontrar em mim, sem correr, sem sobressaltos
Paraste à pouco na minha mão e aí ficaste
Hoje estás comigo, cada instante, sem correr
Deixando-me sem esperar mais nada
Hoje é tarde, muito tarde para tudo
Tarde demais para sonhar como sonhei
Ter-te em mim como desejei antes
Hoje já não me apetece esperar
E a ti foi-se a vontade de correr
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