quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O BEIJO...aquele !



O BEIJO...aquele!

Aquele beijo lindo
visto a meus olhos de criança
doce de amor e de ternura  
que  vi poisar nos lábios dela
que tanto sonhei pra mim
desde aí,
nunca o tive assim
nunca o vi

Pena minha...
deve andar por aí..., sim
fugiu pela janela.

Tive tanto beijo
tantos que me deste 
que eu te dei a ti, 
beijos de graça
de partida e chegada,
de amor cândido
plácido,
amargo,
languido
abençoado
beijos de adeus
da carne suada
extenuada
enxarcada em dor
em prazer e amor
de tudo enfeitado 
de flores e no abraço enlevado,
foi tanto
mas como aquele 
não surgiu

Beijo como aquele
que em menina
vi alguém dar á sua amada
que marcou  a minha mente
como coisa rara
joia de trazer ao peito
de mostrar a toda a gente
esse beijo
não tive, 
iagual a esse tu não me deste

Pena minha...
deve andar por aí..
quem sabe fechado nalguma gaveta

Hoje foram-se os beijos 
languidos de prazer
os beijos dados de olhos fechados
de bocas a contar segredos
Ficaram outros,
maiores,
menores,
pouco importa
ficaram belos, cheirosos
com sabor a mel
os que nos prendem
como vivazes raízes
me desassossegam
me fazem ainda lembrar do outro
aquele que nunca me deste.

Inês Maomé
24/ 09/ 2015

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

ESPERAREI SEMPRE...!



ESPERAREI SEMPRE

Espero-te algures
Num cais de esperança
Perco-me nos olhos que passam, sem me olharem
Já nada é como foi antes
Já nada é, nada me descansa

Queria ter-te ainda
No meu regaço doce, ledo e manso
Sentir o teu suor resvalar
Pelo meu corpo sequioso e quente
Queria no teu colo,
Fazer meu poiso e descanso

Sentir ainda,
As tuas mãos
Percorrerem todas as vielas,
Becos e ruelas
Que são o meu corpo
Que tão bem conheces
Seria renascer,
Viver de novo
De novo tudo poder acontecer

Mas tu não vens
Não te vejo nos caminhos do meu corpo
Sei que me perdi, te perdi
Sem o saber
Tudo mudou
Mas, feita criança, sonho ainda
Devaneios mil
E como amante ditosa
Espero-te, aguardo-te
Sonho que virás ainda
Quem sabe renascido do fogo
Antigo fervor, com que me olhavas
Quando eu era a estrada onde te perdia
Caminhavas para te encontrares
Por cima de mim me olhavas
E feliz, sorrias
Quando inteiro penetravas cada poro meu
Os teus ais, beijos nossos
Teu prazer inteiro
Meu consolo, partilhado
Quanto amor vivido
Quanto de tudo e tanto desperdiçado…

Inês Maomé

07/09/2105 

MINHA PRINCESA!



MINHA PRINCESA
Olhos azuis cor do céu
um mar calmo que me inunda
onde com ternura me afundo
e sou
e cresço
sou mais gente
sou rainha de tudo
deste lugar e de todo o mundo
Pequeno ser que me enfeitiça
me transformou
me fez também renascer
ser outra mulher
sorrir e chorar de contente
Gosto dela até a mais profundo de mim
pedaço de algo meu
sem ser minha
sendo toda minha
e eu dela ser, para sempre
Amo-te minha Princesa
linda, perfeita
por Deus abençoada
amor meu, meu maior enfeite
calor da minha vida
minha neta

INÊS MAOMÉ
25/05/2015



ELA ....



ELA…. e o Fim!

Olhar baço,
Sem vida
Distante, frio e cansado
É o que lhe vejo, quando a atento

Olhar que nunca antes lhe vi
Que hoje mora com ela
E nela colado, a destrói, dela não sai
Não a larga um instante
Parece algo danado que a agarra e persegue
Algo a que com força resiste
Impulso fatal a que escapa cada dia, cada segundo
Mas quanto mais…não o sei…

Bate-lhe no peito apressado
O coração doente
A mente quem sabe o que a povoa?
Será que sente dor?
Será que sabe que ainda é gente?
Gente é, mas será entende,
Que conhece em nós o amor de hoje, como antigamente?

Há muito que fechou a boca
Cerrou os dentes
Não come, não fala
O seu olhar já não brilha
Não cintila como antes
Quando se viam neles
Estrelas fulgentes cintilar
E felizes cantavam para tudo festejar
E choravam, sorriam
Amavam
Eram de verdade, gente viva e contente…
Como a amei, lhe quis e quero bem.
E quando partir?
Qual será esse dia?
Como será a seguir?
Tudo vai ser para sempre diferente
Sei que vai chover no meu coração.

Na minha alma, guardarei o seu estar
O seu andar apressado
O querer fazer tudo
Do seu passado o que retive em mim
A grande mulher que foi
Boa avó, preciosa mãe
Amiga do bem
Crente em Deus
E o Amor que me deu, e a todos
Recordarei para sempre

As suas mãos, que tanto fizeram
Tanto lidaram
Agora presas, amarradas, vou lembrar
Por ser este o seu último estar
E presa a mim,
Num abraço atado, vai ficar…

Gosto de ti por tudo que foste,
Amo-te sempre
Saudades de ti, minha segunda mãe.

Inês Maomé
31/05/2015


O NOSSO JARDIM



O NOSSO JARDIM

No nosso jardim morreram as rosas de veludo
Todas elas
Mesmo as menos belas e descoradas
As mais pequenas
Por isso mais delicadas
Se foram
E os lírios secaram amargurados

Ficaram para nosso consolo
Jarros brancos
Verdes de esperança
Pequenos malmequeres
Miosótis sem fim
Que choram por nós
Que nos gritam e falam de esperança
Afirmando empertigadas
Que haja o que houver
Até para elas à vida para além da morte.

Sim, basta uma semente lançada à terra
Para renascerem no jardim
As rosas vestidas de vermelho
As que me davas cheirosas e macias
E eu, delirante aceitava
Enfeitando o meu sorriso
E como um acto de amor divino
Te alegravam a ti
A tua pele colada a mim
Molhada de prazer, cheirava às rosas
E a rosas a desbrochar na jarra
Cheirando a jasmim
Sorriam comigo
Eram vida nossa
E o nosso amor era assim

Anda, vamos replantar o nosso jardim…

Inês Maomé
02/05/2015



UM DIA....EU !



UM DIA...eu..

Um dia...muito longe
já nem sei quando
o negro que tinha em mim rebentou
de dor,
de pranto,
e como dor sem amor,
não deu flor
deu tudo triste, 
amargura
choro e pranto
deu enchurradas de palavras escritas,
amontoadas em resmas de tudo e nada
que falavam de mim
cantavam a liberdade
da minha alma que chorava
do meu corpo que sozinho abanava
da minha mente, que queria andar para a frente
e estremecia e tremia
pois grandes eram os ventos que me empurravam
danavam o meu querer
gritavam mais do que eu
me sufocavam

Mas não desisti
não queria morrer ali e não morri
e gritei
e escrevi
e em cada palavra limpei a dor que sentia
e cresci
vomitei de mim fogo e larva
deitei fora o desamor e a mágoa
e quase me afoguei no tanto que dei de mim
mas não...estou aqui!

Fiquei vazia,
por fora mais limpa
por dentro mais pura
e hoje, cada palavra que digo
que escrevo e sinto
guardo-a numa gaveta aberta
gaveta linda,
perfeita
para guardar segredos

Quem sabe, um dia, outros ventos
outros desejos e quereres loucos
me venham abanar e tirar desta paragem
onde fiquei
onde observo os outros passar
e sou realmente outro eu
esvaziado...mas mais completo...

Inês Maomé
 02/ 02/ 2015




TERRA ...AMOR MEU QUE JÁ NÃO TENHO


TERRA …AMOR MEU QUE JÁ NÃO TENHO

Mar salgado, negro
Profundo
Cor da solidão de que me visto
Terra crua, onde me afundo
Que não me vê,
Que eu não vejo
Como me olha a mim
Mãos vazias
Distantes, geladas
Que eu procuro para revestir as minhas
As tuas,
Mais regeladas ainda
Distancia que tanto lamento
Que choro e grito
Que em vão busco, nesse mar infindo
Nessa terra que me inuma viva
Terra que não vejo
Mas pressinto
Me come os olhos, a pele, a carne, os ossos
Entra no meu coração
Me oferece de graças lágrimas secas, sem cor
Que me encharcam de dor

Sou eu vestida de nu
Vazia de ti e de mim
Fugida da tua pele de cetim
Do aroma a rosas brancas
Vermelhas, purpura,
E do jasmim
Que vive encostado à nossa porta
Lírios roxos que te enfeitam
Cor da paixão
Que assim te choram e gritam
Me fazem penar sem fim

Inês Maomé

07/09/2015

sábado, 25 de abril de 2015

O Saco de Nozes: NADA ME IMPORTA AGORA

O Saco de Nozes: NADA ME IMPORTA AGORA: NADA ME IMPORTA Já pouco ou nada me importa Pouco me fascina agora O teu corpo nu encostado ao meu está mudo Estamos secos por...

NADA ME IMPORTA AGORA



NADA ME IMPORTA

Já pouco ou nada me importa
Pouco me fascina agora
O teu corpo nu encostado ao meu está mudo
Estamos secos por dentro
Diferentes por fora
Algo de novo nos veio que desconheço
As nossas mãos entrelaçadas somem-se no espaço
Está tudo mudado
Tudo me dói, o que presta e o resto
O que é ou não minha pertença

A tua pele enterrada na minha aquece-me
E eu acordo para a vida
Basta-me isso
Fico queda e nem estremeço
Quantas saudades dos nossos corpos em fogo
Quanto desejo de te ter em mim
De ser tua
De me cansar no teu corpo
Como um mar revolto
E tu no meu a descansar enfim
De cada vez...tantas vezes
Como se hibernasses no meu útero de mulher jovem
Estamos diferentes
Esta é a nossa hora
Bela, mas em tudo diferente
Já não bebemos água viva e pura como outrora

Inês Maomé
23/01/2015





TANTO MEDO....!



TANTO MEDO

Estou virada ao avesso
Penso, medito
Tento penetrar o meu inconsciente
Vida minha, 
Vida insipida de um ser rejeitado
Vida minha, 
A que levo e só a mim pertence
Polémica e incerta
Só e vazia
Repleta de tédio, sem amor, sem abraços
Que me faz doer
Só de pensar e ser
Vida de incertezas 
De quereres com vontade 
Mas nada ter

Sem sedas e cetins
Sem abraços caloros
Sem lençóis suados na cama
Sou mal amada mas  sobrevivo
E recordo o cheiro que me davas a jasmim
A rodear o meu corpo...

Quanto me dói a ausência desse aroma  
Mágoa Indigesta e brutal,
O mais difícil e duro de tudo
Daí este meu medo
Este estremecer que me cerca
Me cobre, como um manto negro,
Asas que não vejo,
Sem perdão de penas mil
Asas pretas que não me deixam voar
Me prendem
Me agarram ao chão
Me arrastam para uma intensa escuridão

Tenho tanto medo de te perder,
Temo algo maior que ignoro
Que sinto me afoga
Pressinto em mim como uma segunda pele ofendida e quente
Incendiada pela dor do amor que sem cor não vejo

Quanta falta de tudo
Quanto desespero pelo tanto que busco
Que não tenho, não encontro
Belezas de perfumes deslumbrantes
Coisas que não me pertencem, mas quero


Creio que morrerei sem saber que vivi
Deus do céu, ajuda-me, apoia-me
Estende-me a Tua mão na busca deste amor
Senão enlouqueço de tanta paixão.  

Inês Maomé …….24/ 04/ 2015

segunda-feira, 2 de março de 2015

JARDIM



INÊS MAOMÉ

Jardim

Jardim frio
sem flores, 
Sem nada de jardim, além do banco debaixo da Tília
Nevoento e triste
Jardim avarento de verde
A dizer não a cada um que o visita
Jardim a chorar cada madrugada
Sonhando os meninos de hoje 
A baloiçar escondidos no seu espaço

Jardim com histórias escondidas entre ervas daninha
De meninos já velhinhos
Que se esqueceram dos seus baloiços de corda
com assentos de madeira
Onde gritavam e reluziam de brincadeira

Jardim sem água fresca
Janelas abertas para dentro
Grande, gigante noutras épocas
Hoje morto, estranhamente posto de lado

Jardim de ervas mortas
Embirrentas que teimam em o tapar 
E a tantas histórias vividas que nunca hão-de falar

Até a Tília um dia há-de murchar
Pelo silêncio
Por tanto esperar

02/ 03/2015

https://inesmaome.wordpress.com/

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Pode fazer uma visita a este meu novo Bloggue?

Obrigada :)

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Podem visitar este meu site. 

Aqui estou eu inteira, sem esconder nada de mim! 

Obrigada :) 

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