segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O NOSSO JARDIM



O NOSSO JARDIM

No nosso jardim morreram as rosas de veludo
Todas elas
Mesmo as menos belas e descoradas
As mais pequenas
Por isso mais delicadas
Se foram
E os lírios secaram amargurados

Ficaram para nosso consolo
Jarros brancos
Verdes de esperança
Pequenos malmequeres
Miosótis sem fim
Que choram por nós
Que nos gritam e falam de esperança
Afirmando empertigadas
Que haja o que houver
Até para elas à vida para além da morte.

Sim, basta uma semente lançada à terra
Para renascerem no jardim
As rosas vestidas de vermelho
As que me davas cheirosas e macias
E eu, delirante aceitava
Enfeitando o meu sorriso
E como um acto de amor divino
Te alegravam a ti
A tua pele colada a mim
Molhada de prazer, cheirava às rosas
E a rosas a desbrochar na jarra
Cheirando a jasmim
Sorriam comigo
Eram vida nossa
E o nosso amor era assim

Anda, vamos replantar o nosso jardim…

Inês Maomé
02/05/2015



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