segunda-feira, 7 de setembro de 2015

TERRA ...AMOR MEU QUE JÁ NÃO TENHO


TERRA …AMOR MEU QUE JÁ NÃO TENHO

Mar salgado, negro
Profundo
Cor da solidão de que me visto
Terra crua, onde me afundo
Que não me vê,
Que eu não vejo
Como me olha a mim
Mãos vazias
Distantes, geladas
Que eu procuro para revestir as minhas
As tuas,
Mais regeladas ainda
Distancia que tanto lamento
Que choro e grito
Que em vão busco, nesse mar infindo
Nessa terra que me inuma viva
Terra que não vejo
Mas pressinto
Me come os olhos, a pele, a carne, os ossos
Entra no meu coração
Me oferece de graças lágrimas secas, sem cor
Que me encharcam de dor

Sou eu vestida de nu
Vazia de ti e de mim
Fugida da tua pele de cetim
Do aroma a rosas brancas
Vermelhas, purpura,
E do jasmim
Que vive encostado à nossa porta
Lírios roxos que te enfeitam
Cor da paixão
Que assim te choram e gritam
Me fazem penar sem fim

Inês Maomé

07/09/2015

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