quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A vida de Isabel degrada-se

E Isabel desconsolada e triste, sofria, por não encontrar solução para aquele problema.
Desde há uns anos atrás, na altura em que tinha uma empregada nova, mulher normal de aspecto que apenas tinha como lucro a força da sua juventude, robusta, boa pessoa, e muito caridosa, com quem o seu pai encontrara maneira de se intrometer, sem qua a mesma o tenha permitido, talvez porque não se dera conta das suas investidas maquiavélicas, quem o saberia? Sim, porque em quem deveria Isabel acreditar, no velho do pai ou na empregada, se as  manobras que ele fez lhe passaram à margem?
O que aconteceu é que as investidas do velho aterrorizaram a rapariga, que com medo do marido descobrir, disse a Isabel que não queria trabalhar mais na sua casa, alegando para isso vários motivos e também algumas provas das tentativas de namoro assediado, do velho atrevido, o pai de Isabel.
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Isabel chamou a atenção do pai: “que não devia ter feito aquilo, nem assediado a rapariga e mais isto e aquilo”. Mas de facto, Isabel ficou sem empregada e sem sossego. O pai simplesmente deixou de lhe falar, exigindo para o fazer de novo, que a filha lhe pedisse desculpas, coisa qua  Isabel não estava disposta a fazer´. A mãe que só a visitava quando acompanhada pelo marido, deixou assim de visitar a filha para todo o sempre. Isabel passou a viver momentos como nunca sonhou ser possível um dia viver.

Teve que arranjar uma nova empregada o que não foi nada fácil, depois de ter tido em sua casa, durante doze anos, uma pessoa em quem confiava completamente. mas perdeu a visita dos pais a sua casa, o que lhe custou muito a admitir

Não entendia que por causa do velho e das suas manias, tivesse perdido a sua querida empregada. Nunca mais encontraria outra igual.

Mas encontrou, só que com rigor, apesar de parecer doce, meiga, com necessidade de receber carinho e vontade de aprender cada dia coisas novas, Isabel não a conhecia de verdade, e sabia que em nada era igual à anterior. Mesmo assim, Isabel pensou que finalmente a sua vida iria equilibrar, apesar do pai, aquele velho aborrecido, nunca mais lhe ter voltado a falar, e a mãe mesmo que só nunca mais a tivesse visitado.

Mas passados dois anos as jóias valiosas, todas elas, as que Isabel durante a sua vida comprara com sacrifício e amor, e muitas outras que ela os os filhos, receberam como presente, marcando uma data ou um dia especial, todas, absolutamente todas, desapareceram das suas caixas, algumas, a maioria, bonitas, forradas de veludo ou cetim. Isabel via voar o seu património, sem saber para onde. Tudo o que juntara para um dia deixar como herança para os filhos e netos, tudo se fora, tão naturalmente que Isabel, nem ninguém da sua casa,marido ou filhos, deram por isso. A casa não fora desarrumada, as portas e janelas não foram destruídas, os gavetões, armários e na sua totalidade a casa estava intacta, como se ninguém estranho lá tivesse andado a remexer fosse o que fosse. Alguém levara tudo sem deixar vestígios, sem sentir um rasgo de dó ou de piedade.

A nova empregada, a tal que tudo queria aprender e parecia meiga e doce, ultimamente andava sempre agitada e doente, mal disposta, faltando muito ao trabalho. Isabel sem saber de nada, mandava-a ao médico, dava-lhe medicamentos para a aliviar, ouvia-lhe as queixas, até que a mesma, resolveu deixar de trabalhar e ir visitar os filhos pois tudo aquilo podiam ser saudades de casa. E a rapariga partiu, foi visitar os filhos, desempregou-se de casa de Isabel pois como ela dizia: ”a sua cabeça não andava bem”, ao mesmo tempo que gritava para quem a quisesse ouvir: “que estava rica e ninguém tivesse mais pena dela”. Isto confundia Isabel que nunca pensou que algo mais grave que a sua doença, estivesse por trás de tudo o que dizia, já que pelo que a mãe do namorado da moça lhe dizia, muitas vezes a rapariga nem a casa ia dormir, parecendo que andava possuída por algo muito ruim. Devia estar mesmo doente, e para que queria Isabel a servir-lhe em casa um a mulher doente, que passava o tempo a faltar.

E um dia a rapariga partiu e foi visitar os filhos, ficando Isabel de novo sem empregada, e sem saber ainda da falta das suas preciosidades, pois na verdade, só mais tarde, na sua ausência, deu conta da falta das jóias que tanto estimava, por um dia ter ido buscar uma, para se enfeitar numa ida a uma festa especial. Nesse dia, encontrou todas as caixas vazias, mesmo as que não eram de veludo ou cetim, mas continham dentro algo amarelo que se aparentasse ouro.

Entretanto uma loja que possuia à sociedade, estava com más contas, não conseguia fazer dinheiro para saldar no banco, contas anteriores. Em casa, com o apoio do marido, juntam todos os bens, acções, seguros, o que tinham junto dessa forma, durante a vida. e com tudo junto pagam à banca as dividas da loja, desfazendo a sociedade, passando-a para o sócio que agora sem dividas, e apgando apenas uma mensalidade a Isabel, conseguiria andar para a frente, assim a vida também lhe corresse a  favor e ele soubesse gerir as suas contas.

Aquilo era demais para Isabel. Perdas demais para uma pessoa, ela, que lhe parecia não merecer tamanha sorte, pois nunca fizera mal a alguém. Aquilo era um castigo, não podia ser outra coisa.

 Em rellação ao furto, a polícia não resolveu nada. Não havia provas, e o que se podia provar não foi aceite como verdade. Quando ela chegou de férias, vinda de avião do outro lado do mundo, foi a Isabel que pediu ajuda directamente do gabinete da polícia, que sabe para provar que não tinha dinheiro com ela. Mais tarde quando foi chamada a depor apenas respondeu que não tirou nada que não sabia de nada, e por aí ficou. O namorado também afirmou que nunca a tinha visto com nada, e o processo foi arquivado, e Isabel ficou sem nada. Mas pior do que isso, Isabel aos poucos foi perdendo tudo o que tinha. A vontade de agir, de andar para a frente e lutar contra as adversidades que se lhe deparavam.

O tempo era de mudança. Não havia dinheiro, as dívidas acumulavam-se, e Isabel nem imaginava como havia de fazer frente a toda aquela situação. Numa outra  empresa  que tinha, que já ia com 33 anos, já rescindira contrato com um funcionário, e as dividas com os fornecedores eram cada vez maiores. O que fazer, se os bancos não lhe emprestavam dinheiro para ela saldar essas dívidas? Estava num beco sem saída. Aos poucos perdia tudo, até a vontade de viver, pois também a sua vida pessoal fora sempre um pouco de fingimento e mentira, e nem a esse nível ela se sentia realizada. Viver assim para quê, se só encontrava obstáculos cada vez mais difíceis de transpôr. Sonhava que estava bem, fazia força para saber fingir que o que fizera bem feito a preenchia, mas era tudo mentira.

E Isabel estava desgostosa, sem saber o que fazer à sua vida, pois todos os seus sonhos de trabalho estavam igualmente a desaparecer, como tinha acontecido com as suas jóias, sem ela poder prever tempos atrás que isso iria acontecer.

Ninguém a podia ajudar, só o velho do pai, que deixara de lhe falar e tinha dinheiro. Que ela até sabia, que ele lhe emprestaria, mas a quem ela tinha que fazer esse pedido sujeitando-se a tudo que ele lhe pudesse vir a dizer, ficando subordinada aos seus ditos e opiniões nunca agradáveis.


Fotos do Google








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