quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Um dia especial!!

Aquele dia especial que Isabel tanto ansiava há muito, ia surgir daí a algum tempo.

A sua filha, Joana, tinha sido pedida em casamento, e Isabel que não esperava que isso acontecesse daquela forma inesperada, até porque na época, aquela era uma atitude já não muito comum entre os jovens namorados. A maioria deles, assumia a sua relação amorosa e simplesmente passavam a viver juntos, o que era preferível a casarem e daí a algum tempo assumirem um divórcio, era o que Isabel pensava. Isabel não estava habituada a ser surpreendida por notícias assim tão agradáveis, pois para ela, casar a filha com a pessoa que era já o seu companheiro, era além de uma notícia inesperada e agradável, uma novidade encantadora.

Depois daquele dia, a cabeça de Isabel não teve mais descanso. Naquele dia, no dia de casamento de Joana, tudo tinha que estar o melhor possível, perfeito. E a cabeça de Isabel começou a sonhar, e de tal forma, que a partir daí, sempre que queria relaxar era nesses dias que pensava, porque esse trabalho que iria ter com o casamento, lhe daria imenso prazer e alegria.

Teriam que escolher a data, o local, o menu, fazer a lista de convidados, os convites, a decoração do local da cerimónia, da casa de Isabel e também da casa de Joana e do seu futuro marido.

Completar o enxoval da filha, era algo que Isabel queria muito fazer, e foi a primeira coisa que começou a tratar. Mas Isabel não era a noiva, era simplesmente a mãe dela, e assim limitou-se, de vez em quando, a dar algumas opiniões fazendo um esforço para não interferir muito. A noiva era Joana e seria dela e do futuro marido, a escolha da grande maioria das coisas que preencheriam por completo o dia do seu casamento.

Como Isabel adoraria poder dizer-lhes o que gostaria de colocar aqui ou fazer acolá, como adoraria que este e aquele facto ou situação, um ou outro pormenor, fossem desta e daquela maneira, exactamente como ela achava que ficaria melhor, mas não o devia fazer. A noiva não era ela, mas si a filha. Isabel só deveria apoiar e quando muito dar uma ou outra opinião a Joana, que poderia aceitar ou não o parecer que a mãe lhe dava. Teria que ser assim.

E devagar, muito devagarinho, os dias foram passando, sem nada de especial se fazer ou acontecer em relação ao acontecimento previsto, ainda que os sonhos e ideias para o acontecimento se avolumassem dia a dia, na cabeça de Isabel.

Entretanto um dos dias mais importantes, chegou finalmente. Aproximava-se a altura de escolher o vestido de noiva de Joana. Para Isabel, tal como para a filha, esse era um momento grandioso. E foi, pois elas viveram-no intensamente. Depois de numa primeira tarde terem visitado, ambas, as lojas da cidade mais próxima especialistas nesta área de vestuário, resolveram visitar algumas outras de uma cidade especificamente abundante em lojas mais específicas e com maior variedade desse tipo de artigos. E que bonitos, eram todos os vestidos que viram e que Joana vestiu.

Em cada um, Joana ficava mais bonito que no anterior. Mas, um tinha muitas rendas, outro, muitos folhos, aquele era muito alto de cinta, este outro muito descido pela anca, um análogo tinha uma enorme cauda, e outro ainda, era demasiado decotado. De facto em todos ficava muito bem, esplêndida, mas Joana ainda não sentira que algum deles seria o seu. Imaginava que tinha que ser um vestido, que ao vê-la, o noivo, a achasse mais linda qua algum dia já a tivesse visto. E de facto, ainda que alguns lhe assentassem melhor que outros, quando vestiu aquele porque se decidiu não pestanejou. Aquele seria o seu vestido. Com ele vestido sentia-se bem, o noivo iria de gostar de a ver e Isabel adorou a escolha da filha. Mas que vestido daqueles não ficaria bem a qualquer jovem que os coloque?

O vestido, simples, mas com um corte fabuloso, assentava-lhe como se tivesse sido feito exclusivamente para ela. Com um corte magnífico, faria dela uma princesa. Mais tarde, voltaria à prova do definitivo, mas naquele dia, Joana trouxe consigo as meias que iria usar e a liga azul para lhe dar sorte. Isabel não queria que nada faltasse a Joana, mesmo aquelas coisas consideradas pelo povo, como lendas ou superstições.

E os dias iam avançando e agora para Isabel, que já vira Joana com o vestido colocado como se fosse o dia do casamento, seria muito mais fácil continuar a sonhar, a sonhar, sonhar muito, com o dia que seria por certo o mais feliz da vida da sua filha.

E como ela ficaria bonita descendo as escadas da sua casa…


Fotos do Google

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