sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Aquela que eu amo..

Antero de Quental



Aquela, que eu adoro, não é feita
De lírios nem de rosas purpurinas,
Não tem as formas lânguidas, divinas
Da antiga Vênus de cintura estreita...


Não é a Circe, cuja mão suspeita
Compõe filtros mortas entre ruínas,
Nem a Amazona, que se agarra às crinas
Dum corcel e combate satisfeita...


A mim mesmo pergunto, e não atino
Com o nome que se dê a essa visão,
Que ora amostra ora esconde o meu destino...


E como uma miragem que entrevejo,
Ideal, que nasceu na solidão,
Nuvem, sonho impalpável do Desejo...


 Fotos do Google





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