O sol…e o meu sorriso
Acordei,
batia-me no rosto o sol,
Beijava-me
com furor e intensamente
(E
pensei) : Queria tanto ser outra mulher,
Ter
outro sentir
E
pedi-lhe, com amor, que me transformasse
Me
fizesse sorrir.
Pedi-lhe
isso em pensamento
E
docemente
Mas
o sol não disse nada,
Aquietou-se
Espraiou-se
em mim e sozinho sorriu
Gozou
de mim, fez-me pirraça parecendo contente
Quanto
prazer sentia por me banhar sem me falar
E
eu ali prostrada e inerte, sem nada poder
Senti-o
quente, quase escaldante
Dando-me
a preguiça que bem lhe conheço
Mas
os sorrisos e confiança, não mos deu
E
assim fiquei naquele deleite num silêncio contagiante
Que
me arrepiou o corpo
Que
me cegou com um aperto a alma,
Uma
secura nos olhos que fez chover dor dentro do meu peito
Porque
não leva o sol consigo este me pesar
Este
tormento,
Absorvendo
de mim, com o seu calor quente e brilhante
Esta
coisa estranha que me invade,
Me
devasta e penetra inteira
Me
perturba a vida, deixa triste, infeliz e tensa
E
parece que tudo e todos de mim afugenta?
Mas
quieto e livre permanece
Deixando
em mim o rasto de um raio de esperança,
Que
apanho com as mãos
Com
todo o meu corpo.
Quem
sabe amanhã eu pense de outra forma
O
sol nasça mais manso, diferente
Fique
comigo o dia inteiro
Me
faça sorrir
Serenar…quem
sabe cantar…
INÊS MAOMÉ
30/01/2104
Foto da Google