O NOSSO ABRAÇO
Mil
pessoas,
três
mil, mais ainda
E
ele, distinto, diferente,
o
homem do sobretudo azul.
Alto,
esbelto, inteligente e atento
Apareceu
num repente
e
os seus olhos riram nos meus
E
os meus, sorridentes,olharam os dele com espanto
Olharam-no
delirante
E
estimaram aquele instante
Momento
único, excelso
O
“Até já”: estava ali.
E
com os olhos azuis-claros
com
que vê todos os dias o mar
o
céu azul e o luar
da
sua janela branca rasgada
do
estar calmo ou revolto do mar
batendo
contra a areia, chegando até ao horizonte,
o
homem do sobretudo azul
que
olha o mundo inteiro, da sua janela brancaolhou-me, abraçou-me forte,
e
eu, a ele, dei-lhe o abraço mais profundo que tinha.
Olhei-o,
mirei-o todo,
mais
de mil vezes o fiz, com agrado
Fixei
nos meus, o azul dos seus olhos belosOlhos azuis da cor do céu
que
retive há muito comigo
Que
vi bem, um dia, junto à sua janela branca
Mais
branca, que todas as rosas brancas do meu jardim
De
onde ele olha diariamente o céu e o mar
e
me fala em palavras escritas, do seu olhar.
Ai, se eu fosse um rubi
Um
diamante, uma esmeralda perfeita
Um
brilhante, uma joia para estar exposta
Ele
olhar-me-ia cada hora
Como
olha o horizonte
Ai,
se eu fosse uma flor rara
Essências
puras, as suas prediletas, uma peça rara vinda das Arábias
Uma
pintura de rosas de carmim
Cheirosas
e perfumadas
Escolhidas
a propósito
para
junto dele serem e estarem
Juntos,
naquela janela branca
De
onde ele vê o céu e o marE me imagina a mim
Tudo
seria diferente
Meu
Divino Deus
Quantas
coisas lhe diria eu
Mais
de mil outras, me diria ele a mim
Só
de me olhar como uma peça rara
Ou
uma simples rosa de jardim
Mas
foi bom, lindo, estar ali
Bom
demais o abraço, o carinho
O
perfume que de todos senti
que ainda sinto hoje
e
espero se eternize em mim
Assim,
num até breve, no até já
Como
um olhar que se perde No oceano que ele vê
Da
sua janela branca
E depois me conta a mim….
Inês
Maomé
18/11/2013
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