quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Por onde ando!

Uma enorme tristeza habita o meu coração,
uma ansiedade imensa percorre todo o meu corpo e mente.
Não sei de todo o que se passa comigo,
o que era vontade sumiu, e fiquei oca, vazia de tudo.
Estou sem forças, sem nada...
Estou despojada de bens, de sentimentos, de quereres e vontades.
Não sei o que pensar.
Queria fugir, sumir daqui.
Mas para onde, se para onde for ninguém me conhece, ou pior ainda,
todos me conhecerão e nada me esconderá,
pois o meu rosto reflecte bem quem sou e ao que vou.

Que poderei fazer para sobreviver nesta terra que pouco a pouco me engole viva,
me estrangula e seca, me transforma num ser inerte.
No que eu havia de dar.
No que me transformei.
No nada ser.
Mas era de prever.
Tudo o que tinha me tiraram, e o que não tinha mas criei dia a dia com esforço e muita luta,
esvai-se por entre os meus dedos, mais fácil que grãos de areia.
Os filhos estão nas suas lutas, a casa  fria, agora e mais que nunca, faz-me mirrar.
O companheiro vislumbro-o de quando em vez,
sempre no seu pedestal, que a ele, e ainda bem, lhe assenta como a ninguém.
Eu não teria força, nem coragem, talvez porque não o mereço, para subir tal engenho,
possuir tal graça.

Por onde andam os que amo e sempre amei?
Porque me deixaram só e assim perdida?
Sei que a vida como sempre continuará lentamente a deslizar,
e os dias um após outro, finalmente ditarão o meu final.
Aí estarei mais só, mais seca e mais vazia que nunca,
com a ideia de que nada fiz, e já sem memória de o lembrar.
MAS com a certeza firme,
que para isto a memória ainda que hirta não me faltará,
que apenas amei, amei sempre,
amei muito tudo e todos,
amei tanto,
que quem sabe, o tenha feito muitas vezes em demasia!

Rosa Maria


Fotos do Google

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