Hoje mais que ontem, tenho rugas em todo o rosto...,em todo o corpo.
Até mesmo onde os olhos as não enxergam, por serem loucas, talvez.
Nas mãos a pele está seca e amarelada e até aos pés,mesmo por baixo, elas existem.Até mesmo onde os olhos as não enxergam, por serem loucas, talvez.
O rosto pálido, olheirento está flácido, vincado, marcado e seco.
Todas as suas células procuram avidamente olhar o chão constantemente!
Estou velha,
feia e velha.
Velha e enrugada!
A pele começa a sobrar aqui, ali, em todo o corpo...,em todo o lado,
mesmo por dentro, mesmo na alma...!
mesmo por dentro, mesmo na alma...!
Assim não gosto de viver, de sentir a minha imagem...!
Não gosto de me ver mole, de me sentir frágil, fraca e cansada!
De não ter força, nem vontade, nem praticamente nada...!
De não ter força, nem vontade, nem praticamente nada...!
Realmente não gosto nada de me sentir velha, cansada e meio acabada.
E o espelho malvado, cruel e duro, não deixa de registar todos os passos por mim dados,
E o espelho malvado, cruel e duro, não deixa de registar todos os passos por mim dados,
persegue-me a cada instante, mesmo que seja numa porta espenhada, num chão encerado, num qualquer carro estacionado, mostra-me naturalmente prazenteiro, mas com crueldade, o reflexo do que vivi e ainda vivo, o que sou hoje, como se fosse coisa linda de se ver...
registado nos olhos, no contorno da boca, no olhar, nas mãos, na pele que me cobre o corpo, no sentir do olhar, no meu pensar, no meu dormir, no meu querer, que com a idade tudo enruga, tudo perde a forma, o geito a graça, que devagar tudo se encaminha para o nada... !
registado nos olhos, no contorno da boca, no olhar, nas mãos, na pele que me cobre o corpo, no sentir do olhar, no meu pensar, no meu dormir, no meu querer, que com a idade tudo enruga, tudo perde a forma, o geito a graça, que devagar tudo se encaminha para o nada... !
Mas que justifica este meu pensar?
Será que algo muito importante estará ainda para acontecer, que justifique tudo isto?
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