Falei com ele e foi como se limpasse todo o lixo resultado do tufão!
O lixo ficou lá, mas o vento acalmou e aparentemente limpou o desejável. Disse o que sentia naquela hora, ou quase tudo, que tudo seria muito para quem tão jovem não tinha, que sacrificar com os meus delírios.
Também há coisas que não adianta mais dizer, pensar ou repetir.
Temos mais é que aprender a contornar a existência dos dias, dos bons e maus momentos, situações mal resolvidas na vida, e tentar sobreviver a todas elas, o que é deveras difícil, tão ou mais, que sobreviver ao maior terramoto ou catástrofe de sempre.
Todos os dias continuo a tentar sobreviver …,mas não tem sido fácil!
Por muito que se queira nada se repete nunca, nem de igual forma.
Cada segundo no momento imediato já é outro, e os factos como os segundos, vão-se seguindo continuamente, como gotas de água de uma fonte viva que nunca seca e nunca para...
Muitas vezes mesmo em circunstâncias análogas, nada se repete...Nada nunca mais é igual a nada...
Seria extraordinário repetir factos, revivê-los, refaze-los como se fossem cálculos matemáticos e conseguir encontrar o resultado certo para cada um deles. Repeti-los continuamente, até obter o resultado desejado e aí sim, dar esse acontecimento por terminado e só aí, o considerarmos inserido, no conjunto de fenómenos que diariamente vão construindo a nossa história de vida.
Quantas contas matemáticas teríamos de fazer, para colocarmos tudo segundo a nossa vontade!
( Deixei por resolver muita expressão numérica , muita equação e até mesmo muita simples conta de somar… coisas banais e outras bastante complicadas…,mas juntei-as todas apertadas, e de vez em quando, vou procurando agora, concluir como posso o que ficou suspenso á procura de solução...)
Todos nós teríamos com certeza histórias de vida fabulosas , ou quem sabe talvez não…
Ele ainda muito jovem, homem educado, ouvia-me atentamente, com o seu rosto miúdo parecia que me entendia em tudo, ele que não tinha nada que me dar atenção, dava-me calma ...e tempo!
Dançar faz-me bem, sinto-me viva e livre, esqueço o resto, faz-me pensar que ainda posso tudo, que se quizer posso sentir-me um passarinho, uma borboleta, e voar dançando de um lado para o outro, ao som da musica balaceando todo o corpo com ligeireza relativa, e isso faz-me muito bem.
Sinto a falta de força. Sinto o peso das pernas. Sinto falta de agilidade. Sinto cansaço. Claro que não tenho a graciosidade e leveza dos vinte anos. Nem dos trinta. Claro que não me balanceio como uma borboleta nem como um passaro, ou uma bailarima. Mais pareço um tronco de arvore que teimosamente se agarra á terra, balaceando fortemente pela força do vento, sem se deixar abalar pela suas rajadas.
Dançar pesado e duro, dançar pela vida!
Mas não vou desistir. Vou continuar a dançar, mesmo que no dia a seguir me doa tudo, tenha que estar deitada e tomar seja o que for para aliviar a dor, mas não vou parar .
Já decidi, este fenómeno que acontece neste momento na minha vida vou resolve-lo como se fosse uma operação matemática, e vou deixá-lo perfeitamente resolvido. Tenho que repetir tantas vezes quantas as necessárias até obter o resultado pretendido. Não vou parar, até encontrar esse resultado final.
Um dia os meus netos dirão “a minha avó dançava muito bem “ ritmos latinos”, e sorrirão talvez de alegria!
Obrigada professor P.P. pela paciência que tem em me ensinar, e pelas palavras de apoio constantes.
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