Carlos Mendes... um
homem diferente!
Carlos cantor, poeta e musico
Pai, avô, amante, arquitecto, cantor,músico e mestre
Apaixonado pelo belo numa mescla de tudo ser
Amante da arte, musica e cantar
Pelo dizer e bem-fazer
Homem integro, sério,
Um amigo a valer
Numa existência rica de valores,
Vida de amores, encontros e desencontros
Pena a minha, não te ter por perto,
Não te olhar nos olhos
Tu, que em tempos idos
Uma Amélia doce lição,
Nos deste a conhecer
Gaiata, gaivota, mulher mal-amada, mal estimada
Querida por todos, cantada por tantos,
Mulher perdição, mulher paixão barata
Lixo sem préstimo perdido pelo chão
Mulher inteira, imperfeita, mas mulher,
Que num certo dia
Num festival sem volta
A tua voz doce e meiga, eternizou em canção
E grávida de esperança, alentada pela vida
Amélia ficou e grávida de amor a todos apaixonou
E na minha mente, no meu coração
No espírito de toda gente para sempre ficou
Amélia mulher
De olhos doces, mulher vendida,
Dada, emprestada, vencida
Nua, despida, revoltada em pranto
Amélia, que feita canção ganhou vida
O tempo voou, e a Amélia mulher perdurou
Amélia existe, nos cais todos da vida
Ainda no cais do Sodré, que o tempo não apagou
À beira da minha porta, na minha e na tua rua
Nos cais das vidas de toda a gente
Nas ruas diferentes, as mesmas da grande Lisboa,
Que parece que sim, mas pouco mudou
Nas caixas de cimento que deram lugar aos bairros de lata
Amélia dos olhos doces,
Quem é que te trouxe grávida de esperança?
Eu, tu, o mundo inteiro ruim e perverso?
Quem o saberá?
E ela por aí anda e para sempre andará
Nem que venham risos, festas com vinho, flores aos molhos
Abraços e carinhos mil
Mesmo que para encobrir as tristezas e cansaços
Cheguem mil risos de palhaços
Nem que os beijos nos afoguem,
E as prendas sejam de alegria
Mesmo que a festa dure até às tantas,
E os cobertores tapem o frio,
E o vinho doce corra pelas gargantas…
Amélia viverá sempre…no meu e no nosso mundo
No mundo de toda a gente
Porque tu Carlos, um dia, nos gritaste que essa mulher existe
E nós sabemos que nunca deixará de ser
Obrigada Carlos, por tudo que nos deste
Pelo que nos darás ainda
Homem de olhos ternos, voz de veludo
Que a vida te sorria,
Que o vinho hoje te alegre,
Não importa mais pensar no que passou
Deixa as tristezas de lado e sorri
E vogando embalado na certeza,
Acredita
Que o verão volta sempre, talvez diferente
Mas volta de novo para nos aquecer
Obrigada por seres quem és…
Parabéns à vida que tens pela frente
E que ela venha sem medos
E em infinita abundância tudo, que sonhas da vida, a vida te dê.
Inês Maomé
(Homenagem ao Carlos Mendes, pelos seus anos de carreira)