quinta-feira, 3 de maio de 2012

Solidão..ou não??


Foi-se o sol e a chuva não pára de cair.
Metida no meu canto só sinto frio e uma dor imensa de não ter e não saber o que fazer há muito tempo. 
Penso até que já não sei amar como antigamente. Mas o amor não muda, cresce e aumenta no nosso coração e preso a esse amor quase rebento.
Queria dormir eternamente e não ter que sentir a ausência dos que julgo amar, de tudo o que perdi, se na verdade perdi, pois não se perde o que nunca se teve.
Mas e a mim, será que alguém me amou? 
Será que alguém me quer ainda?
Não sinto esse amor, não sinto que alguém me queira. Sei mesmo que nunca ninguém me quis, não como sonhei um dia ser querida.
O vazio que vive dentro de mim corrói-me até à mente, e eu morro aos poucos mas não me importo.


Este meu ser e pensar põe-me oca, vazia, despida de vontades e desejos, e eu deixo.
Não sinto mais nada, não quero mais nada. 
Só quero ficar aqui e não me perguntem nada.
Só o silêncio me habita, e esse quero-o comigo porque só ele me entende.


Deixem-me ficar assim parada, quieta, emudecida, que assim parece-me que sou mais gente.
Que falta me faz a ausência do amor que nunca tive e nunca senti nem sinto. 
Apenas apoio amigo, mas isso é pouco.
Que falta me fez sempre sentir o meu corpo vibrar de emoção colado ao teu e eu por sentir o teu perto de meu, partir contigo em longas e intermináveis viagens. 
Mas não se perde o que nunca se teve e não se tem.
O teu corpo fugiu-me sempre e o meu afogou-se muito cedo na sede do desejo que tinha de te querer. 
Partiu de mim essa vontade ardente de te querer, de te sentir, e eu deixei-a ir. Desisti de sonhar.
Perdeu-se, abalou de mim e nunca mais a procurei encontrar.

Estou sedenta, mas não tenho nada que mate a minha sede. A fonte de água pura há muito que secou e não recordo ter bebido dela. Morro de sede.
Para quê beber agora água inquinada se me faz mal, se me dá mais sede ainda? 
Prefiro morrer de sede.
Sim, prefiro morrer de sede que inundar a minha alma na dor que me causa a água que me dás, que me destrói de mansinho e me seca ainda mais o corpo e a alma.
Mas faz-me tanta falta o teu amor, o teu carinho, aquele que sonhei e não logrei. Sinto tanta falta do que nunca tive.
Não sei como viver assim, perdida, num fazer de conta constante que me arrasa e destrói.
Por isso permaneço no meu canto. 
Sem ver, sem sentir, sem desejar, quase sem viver, dizendo sim a tudo, 
vou andando devagar, pois assim tudo me parece mais fácil neste meu entardecer.

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