segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Estou só!

Estou só. Não sei por andam os que me amam, todos fugiram de mim! E não me peçam para não sentir mais do que isto, pois não sou capaz!

Mas eu estou aqui, só que estou só, vazia, cada vez mais só e sem ter nada. No meu pensamento brotam manchas negras que não são as realidades que gostaria de pensar, de sonhar, mas brotam de mim duras e cruéis cada vez com mais intensidade.

Tudo e todos me fogem, é o que sinto. Não tenho mais nada, e o que me resta também irá embora. Mas será que alguma vez tive alguma coisa?

A casa é grande e está maior ainda desde cada dia que passa. Dentro dela sinto-me uma gigante amedrontada de frio, alma gelada, amedrontada de não saber nem entender nada. Estou congelada do medo da solidão, do vazio que sinto à minha volta na minha alma, no coração, nas minhas mãos...

Tiraram-me tudo, dia a dia vão-me levando tudo. Mas tudo o quê se nunca tive nada?

Sinto-me vazia, oca, perdida, sem um apoio afeiçoado para descansar, um colo quente e fofo, umas mãos macias carinhosas, aquelas que tristemente não recordo, mas acalento em mim como uma falta que nestas horas me animaria, no aconchego de um regaço delicado.

Como estou só, e como o lamento!

Despeço-me aos poucos do que imaginei ser meu, mas decerto nunca foi. Perco-me em sonhos, com a ideia de poder ainda viver o que o tempo já consumiu e me roubou, se por um acaso chegou a ser meu.

Nem sei que faça. Se pare ou continue.
Mas parar é morrer para sempre, desaparecer e nunca mais ver os que retenho no coração. O amor que lhes tenho, esse, ninguém mo vai levar nem mesmo a morte.
Mas continuar, é viver num desespero de sossego preocupado e constante, num vazio que eu sinto gelado, sem nada, sem nada nem ninguém com quem falar, estar ou partilhar.

É estar oco, vagueando olhando o céu, sentir a chuva, o sol ou o luar e pensar que bom é viver, mas não ter nada, estar preso áquele lugar e não conseguir sorrir ou sonhar, apenas chorar e querer fugir dali, procurar qualquer coisa algures noutro lugar, mas não ter pernas para fugir e caminhar.

Eu não tenho nada, já não tenho mais nada e não quero isso, mas mesmo sem o desejar, nem saber como fazer para sobreviver, quero viver, quero sentir-me uma vez, mesmo que seja só mais uma vez amada por todos os que amo e se esquecem de mo dizer agora enquanto penso e sinto, agora que estou só e triste e tudo me foge e eu fico sem nada.

Afinal dizer, "eu amo-te" não custa nada!

E eu amo-vos muito, ouviram???? Amar-vos-ei sempre, mesmo para além do tempo do já não ter nem ser nada!!!!

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