domingo, 20 de janeiro de 2019


         O Regaço de minha Mãe

Mãe, útero Divino que me deu ao mundo
A idade do tempo que o tempo levou,
Mas muito nos deixou
Teu colo doce e quente, ninho diferente, ternura minha,
Que em meu coração aceso e vivo restou, tal chama viva
Que ainda hoje me aquece
Se tenho dores, se te olho, me falas, sempre me enterneces
Jã não me atentas, pouco escutas, de nada lembras
Mas juntas escrevemos sonhos, quando me adormecias
Eu no teu colo meigo, tu afagando meu rosto
Cantarolavas amor aos meus ouvidos,
E o amor dorme no seu dono
E eu, em ti, me abandonava e, queda, adormecia
Aconchego terno, o teu, saudades da tua pele macia,
Que me habita, pois em mim se eternizou
Mãe, minha mãe querida, quanto aflito medo!
Um dia, uma flor, um lamento, uma saudade eterna,
Lagrimas infindas, um lenço branco, a tua partida…
A tília da nossa porta, odorosa, teus braços perfumados…
Ela, por não te ver, secará de tristeza e não dará mais flor

                                 Eu não quero imaginar a despedida!
                                     Oh, tília triste, não mais florida
Não sei como viver sem o teu doce regaço e os teus abraços infindos
Quero ter-te aqui, comigo, toda a vida!

Deita a tua cabeça no meu colo, dorme e descansa
Dorme minha Mãe, o tempo avança, e tu és pequenina
A idade do tempo que o tempo levou, é infinita
Cantarei para ti, ao teu ouvido
O amor que me ensinaste a sentir a vida inteira
Amo-te sempre, minha Mãe, amada Mãe querida,
Que me concebeste, criaste e tudo me deste,
Quantas vezes sorrindo, com lágrimas escondidas
No teu coração bem recolhidas


Eu para sempre te terei no meu regaço,
Estando eu no teu, eternamente, feita menina…

                                               Rosa Maria Pereira Coelho  
Junho/ 2018 

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