O Regaço de
minha Mãe
Mãe,
útero Divino que me deu ao mundo
A
idade do tempo que o tempo levou,
Mas
muito nos deixou
Teu
colo doce e quente, ninho diferente, ternura minha,
Que
em meu coração aceso e vivo restou, tal chama viva
Que
ainda hoje me aquece
Se
tenho dores, se te olho, me falas, sempre me enterneces
Jã
não me atentas, pouco escutas, de nada lembras
Mas juntas
escrevemos sonhos, quando me adormecias
Eu
no teu colo meigo, tu afagando meu rosto
Cantarolavas
amor aos meus ouvidos,
E o
amor dorme no seu dono
E eu,
em ti, me abandonava e, queda, adormecia
Aconchego
terno, o teu, saudades da tua pele macia,
Que me
habita, pois em mim se eternizou
Mãe,
minha mãe querida, quanto aflito medo!
Um
dia, uma flor, um lamento, uma saudade eterna,
Lagrimas
infindas, um lenço branco, a tua partida…
A
tília da nossa porta, odorosa, teus braços perfumados…
Ela,
por não te ver, secará de tristeza e não dará mais flor
Eu não quero
imaginar a despedida!
Oh, tília
triste, não mais florida
Não sei como viver sem o teu
doce regaço e os teus abraços infindos
Quero
ter-te aqui, comigo, toda a vida!
Deita
a tua cabeça no meu colo, dorme e descansa
Dorme
minha Mãe, o tempo avança, e tu és pequenina
A
idade do tempo que o tempo levou, é infinita
Cantarei
para ti, ao teu ouvido
O
amor que me ensinaste a sentir a vida inteira
Amo-te
sempre, minha Mãe, amada Mãe querida,
Que
me concebeste, criaste e tudo me deste,
Quantas
vezes sorrindo, com lágrimas escondidas
No
teu coração bem recolhidas
Eu
para sempre te terei no meu regaço,
Estando
eu no teu, eternamente, feita menina…
Rosa Maria Pereira
Coelho
Junho/
2018
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