domingo, 20 de janeiro de 2019










SOLIDÃO


Dói-me o peso da solidão
Quero ser forte mas não sei
Pura é a ilusão
Tenho medo de algo
Tudo e nada
Todos se vão
E a mim pesa-me a ausência do vazio
A carga da chuva que me encharca
Os ossos, a alma, o corpo inteiro
O vento que sopra, assobia, rodopia
E num giro me  trás à lembrança
O tempo em que tudo era sempre tudo
Tenho medo de hoje
Não entendo nada, não sei que se passa
Falam, correm, há quem diga que sim
Mas o tempo voa e eu só, estou
E o medo fica, em mim estagnou
Não sei que coisa estranha é esta
Que entardecer é este que me molesta
Que por do sol doentio é este que não aquece
Inverno  frio, que gela os ossos
E a chuva cai, lava-me o rosto
Sou eu que não os vejo há muito tempo
Desde ontem
O longe é ali, mas ali está sombrio
E eu não vejo, não sinto, não ouço
As minhas mãos estão fechadas
Tristes e vazias e dizem-me duros segredos
Tudo é assim
Agora já nada é como outrora
Agora é o tempo de olhar a chuva
De sentir o medo frio
De olhar pela vidraça o vento em rodopio
Gente que anda apressada
Que sorri, e é feliz…será
E eu choro…
Nunca soube como era sorrir
Tenho saudades, medo…
Foram-se todos…
Dói…

Rosa Maria pereira Coelho

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