terça-feira, 8 de abril de 2014

FADO....


FADO

O fado de cada um,
Se o fado é nosso guia
Vem preso em nós à nascença
E como numa promessa,
Fica-se pendurado nele
Como se fosse uma prece

Pode ser ouro,
Pode ser prata,
Quem sabe cartão ou lata
Mas é haver nosso,
Preciosa herança
Mesmo que não se cumpra,
Mesmo que um vento forte o afugente
Para algures o arraste
Lhe mude o norte e o rumo,
Na verdade,
Nalgum tempo, nunca certo
Num dia, sem avisar, ele volta sempre
E sempre acontece
Mesmo que “fado” não seja destino
É uma estrada
Um caminho a percorrer
Dores e martírios
Amores incompletos
Sorrisos e alegrias, vida que é a nossa
O “Fado” da gente existe,
É história dos portugueses
Sina minha, que tanto o sinto
E assim, nem bate à porta
Faz-se visita urgente,
E entra, senta-se à mesa
No peito há quem o sinta
Como sendo água corrente
Que não pára
Que corre,
Correndo sempre
O “Fado” é o marco na vida de toda a gente
Pintura sem tela,
Sem pincel,
Sem tinta, sem nada saber
Tudo sabendo, mais que toda a gente
O “Fado” existe em nós
É nosso desígnio,
Nosso propósito e sina
Vontade ou mentira, VIVE
É a força que nos impele prá frente,
Prá andar, vencer...e quem sabe, morrer.
Inês Maomé
04/03/2014



sexta-feira, 4 de abril de 2014

A COR DO NOSSO AMOR



A COR DO NOSSO AMOR

O nosso amor nunca chega ao fim
Os nossos corpos loucos, 
Abraçados
Velhos e cansados 
Não vão desistir
E com um calor e viver diferentes
Unidos 
Vão sempre sentir
Mesmo que seja só a calma do abraço
A cor 
E furor do enlaço

No trocar dos dedos 
Das nossas mãos inquietas
O amor, 
Ato divino quando se entrelaçam,
E na ternura de se quererem, 
Assim ficam

Vamos sentir este nosso amor 
Aceso e vivo
A nossa essência nesse doce aperto
O nosso ser desperto
E assim existir e ser

Levou-nos Deus o elixir da vida
Precioso dom que te dava 
E a mim, outras esperanças
Que nos concedia mais sentido e cor
Tudo que querias ter como teu pra sempre

Restou-nos o nosso olhar doce
O estar atados 
Num abraço terno
Dado com carinho
Inteiro e todo nosso
E a promessa 
Que o nosso olhar nos fala
De que ainda é tempo
Muito tempo 
Para o nosso amor viver
Sentir prazeres, 
Brilhos, 
Sentidos
Mundos de amor, nunca descobertos.

Inês Maomé
03/04/2014