POMBA BRANCA
Fugiu-me o
amor das mãos
Porque lhe
deu descanso
Como se
fosse um pomba
Branca, pura,
esvoaçante e bela
E olhei-a no
ar
Vi-a voar
E livre,
Voei com ela
no seu esvoaçar
Sorri a essa
liberdade
Amor que
ficas e te vais
Pomba branca,
que de mim se soltou,
Mas volta
sempre a poisar no meu regaço
Amor
delicado,
Que vive
feliz no meu beiral
Voa pomba
branca, voa
Não te
canses de voar
Quero que
não me esqueças
Que esqueças
em mim
O teu poisar
Vem ao meu
colo
Ao meu
abraço
Amor que tanto
quero,
Livre como
nunca
Vem, toma
carinhos, quero-te amar
Mil beijos eu
te dou, sempre te darei
Pomba
branca, amor dos meus encantos
Voa agora
E vem à
noite no meu colo descansar
Inês Maomé
20/03/2014
O FADO
O fado de
cada um,
Se é mesmo o
fado que nos guia
Nasce com
cada qual à nascença
E tal
promessa, fica-se nele pendurado
Pode ser
ouro, pode ser prata,
Quem sabe cartão
ou lata
Mas é nosso
haver, preciosa herança
Mesmo que
não se cumpra,
Mesmo que um
vento forte algures o arraste
Lhe mude o
rumo,
Na verdade,
Nalgum tempo,
nunca certo
Um dia sem se
anunciar, ele sempre volta
Mesmo que “fado”
não seja nem destino
É uma
estrada
Um caminho a
percorrer
Dores e martírios
Amores
incompletos
Sorrisos e
alegrias, vida que é a nossa
“Fado”
existe, é história de portugueses
E assim,
bate-nos à porta
Faz-se
anunciar ou não, no peito que quem o sente
Como sendo
água corrente
Que não pára
e corre, corre sempre
O “fado” é o
marco na vida de toda a gente
Pinta sem
tela, sem pincel,
Sem tinta,
sem nada saber
Tudo sabendo
mais que toda a gente
O “fado”
existe em nós
É nosso
desígnio, nosso propósito, vontade ou mentira
Força que
temos à nossa frente para andar e
vencer.
Inês Maomé
20/03/2014
MUDEI…
De tão longe
vim
Perdida
andava,
Julgando-me
perto de ti
Vagueava sem
morada
Mas
encontrei-me, sim
Ali, parei
minha caminhada incerta
Não sei por
onde andei, nem o que vi
Mas parei e
finalmente contigo permaneci
Hoje tenho
outro estar
Outro ser e um
sentir diferente do de antes
Sou a mesma
mulher
Mas a calma
que respiro é infinita
Quietude
bendita
Que quero
prender em mim por tempo indefinido
Santificado
seja o Divino Deus
Que tudo me
deu e dá
Nas horas
mais aflitas e nas outras
Que nem sei
se mereço,
Mas exalto e
aceito, tal mendigo
Quero
prender-me no tempo que hoje vivo
Assim,
contigo junto a mim
Viver este
respirar,
Este ser e
estar de calmaria e brandura
E assim
quero tardar infinitamente
Sim, quero
ser a pomba branca que me sobrevoa
Livre e
solta, branca e pura
Asas alvas
de energia,
Livre voando
sempre,
Em meus
pensamentos de candura
Penugem
macia de veludo
Bela,
singela e pura
Sempre
contigo hoje, agora, como nunca estive.
Inês Maomé
20/03/2014
SOU COMO UM RIO
Sou como um rio
Que desce para a foz
Claro de águas límpidas...
Puras e cristalinas
Sou como um rio que flui
De águas vivas
Sem desvios
Nem desatinos na sua correnteza
E deslizando ligeira para a foz
Lentamente caminho
E a foz suave e terna
Acolhe-me
Abraça-me feita regaço
Num colo onde sereno
E sossego
Avivo o olhar
Me deleito na vida,
E olhando o horizonte que avisto
Acalmo o corpo
Respiro da alma
Sou amada e amo
Sou mulher inteira
Sorrio pelo conforto
Da profunda Paz que me invade.
INÊS MAOMÉ
20/03/2014Sou como um rio
Que desce para a foz
Claro de águas límpidas...
Puras e cristalinas
Sou como um rio que flui
De águas vivas
Sem desvios
Nem desatinos na sua correnteza
E deslizando ligeira para a foz
Lentamente caminho
E a foz suave e terna
Acolhe-me
Abraça-me feita regaço
Num colo onde sereno
E sossego
Avivo o olhar
Me deleito na vida,
E olhando o horizonte que avisto
Acalmo o corpo
Respiro da alma
Sou amada e amo
Sou mulher inteira
Sorrio pelo conforto
Da profunda Paz que me invade.
INÊS MAOMÉ
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